Vivemos em tempos esquisitos pra musica em geral, não apenas
para o rock e metal, porém, gosto de pensar que ainda existem exceções no
emaranhado de porcarias que nos são jogadas goela abaixo.
Fala-se muito da morte do estilo e que ninguém o apoia mais. Não é verdade, podemos não ter o apoio da grande mídia e ainda ser um estilo um pouco marginalizado, mas ainda existem pessoas que acreditam no que fazem. Ainda há Bandas lançando discos que não devem nada aos clássicos do passado e que mantém a chama acessa. E é sobre isso que iremos falar aqui, mas uma pequena reflexão antes.
O rock em geral, pode estar em crise para algumas pessoas, e
de fato, esta difícil arrumar lugar para tocar nas grandes cidades. Muitas vezes a banda não tem aquele apoio do
publico e dos grandes figurões que trabalham no meio que merece. Essa é a
palavra chave: apoio. O apoio é essencial. Seja comparecendo aos shows,
comprando o cd original, divulgando, ou até mesmo dando um maroto like nas
redes sociais.
Afinal, não é porque não esta no mainstream, que signifique
que o estilo não existe mais.
O fato é que estamos na época em que mais se consome musica,
seja ela boa ou ruim. E com uma variedade de plataformas disponíveis para escolher.
Seja por download, streaming, ou até mesmo comprando o cd/vinil, isso sim, uma
atividade “arcaica” para os dias de internet de hoje e praticado por poucos.
Ou seja, há muita gente fazendo som, e há muitas
oportunidades de se ter contato com esse pessoal que merece uma chance de ser
conhecido e reconhecido. Não vivemos mais nos anos 80 onde era impossível
arrumar um disco ou custava o olho da cara. Com apenas dois cliques no nosso
computador temos facilmente toda a discografia de qualquer banda a nossa
disposição.
Por isso, não fique com a bunda sentada reclamando que não
existe mais nada de bom, sem ao menos correr atrás e procurar novos sons.
Mas enfim, vamos ao objetivo do texto.
Sempre gostei de indicar bandas para meus amigos, e agora
vou indicar algumas pra você amigo leitor. E não são quaisquer bandas, são
álbuns de bandas de metal nacional lançados atualmente que valem a pena você
conhecer. Porque nacionais? Não vou entrar naqueles papos manjados de sempre de
“apoiar a cena”, todo mundo sabe o quanto isso é importante. Só decidi colocar
nacionais pelo meu amor ao estilo e o orgulho que tenho da cena nacional que é
rica demais, e pela grande qualidade dessas bandas e álbuns.
Lembrando que essa não é uma lista definitiva e vai ficar
faltando algumas bandas. Por isso, ao
invés de reclamar e me xingar nos comentários, indique mais bandas/álbuns que você acha que merecem ser conhecidas , vamos fazer o metal nacional forte.
Certo, vamos lá.
Primordium – Todtenbuch – 2014
De Natal, no Rio Grande do Norte, vêm essa banda de death
metal que em suas letras aborta o misticismo do Egito Antigo. Como podem ver,
as influencias de Nile são visíveis, mas a banda possui o seu valor e passa
longe de ser uma simples copia. O Primordium nos trás toda a atitude e postura
extrema que uma banda do estilo precisa. Com riffs técnicos e precisos, uma
verdadeira viagem extrema pela terra dos Faraós.
Axecuter – Anthology – 2014
De um tempo pra cá o metal tradicional de raiz, oldschool,
que nos remete aqueles gloriosos tempos dos anos 80, começou a ser produzido
novamente. E no meio dessa nova leva de bandas surgidas no mundo inteiro o
Brasil não ficou de fora, e alguns grupos se destacam. Falarei sobre alguns
nesse texto e Axecuter é um deles. Com seu som poderoso e direto. O legal dessa
coletânea é que ela reúne todas as musicas dos lançamentos anteriores até
então, antes só disponíveis em EP’s.
Firestriker – Lion and Tiger - 2013
Com vocais poderosos e facilmente reconhecíveis da Aline
Nunes, uma frontwoman cheia de carisma, nos mostrando que metal é lugar de
mulher sim, no palco e no publico. Junto dela uma banda afiada que não deixa
nada a dever, mandando um metal tradicional bem feito. Esse EP nos trás o
começo do que pode ser uma banda forte na cena. Torço para que lancem um full
logo, pois o som é animal.
Grave Desecrator – Dust to Lust - 2016
Com influencias de
Venom , Bathory e Sarcófago, ou seja, aquele metal extremo sujo, blasfemo e
malvado. Esse foi com certeza um dos melhores lançamentos do ano passado. Sem
muitas firulas desnecessárias, só cacetada atrás de cacetada. Não indicado pra
quem curte um som mais polido e limpo, pois aqui volta às raízes do som
primitivo do começo do metal negro. Se você gosta dessa pegada, pode conferir
sem medo.
Corpse Grinder – Perpertual Purgatory - 2015
Essa banda já esta um tempo na estrada praticando um death
metal poderoso e gostaria de recomendar aqui seu ultimo álbum . Com aquele som
old school que é sempre bem vindo ao estilo. Remetendo ao tempo que o death
metal não era apenas uma amostra desnecessária de querer parecer mais
rápido/brutal. Ou seja, um som com
felling e atitude.
Metaltex – Spikes and Leather - 2016
Outra banda que torço que lance um full logo, pois o som que
ouvi nesse EP promete. O nome já diz
tudo, mostrando que o metal é um estilo de vida que para os verdadeiros vai até
o tumolo. É heavy metal tradicional com momentos de
velocidade muito bem feito. O tipo de som que faz a gente colocar o punho
fechado para o alto, banguear e pensar: que orgulho de ser headbanger.
RedRazor – Beer Revolution - 2015
Thrash metal e cerveja é uma combinação que sempre da
certo,Tankard que o diga, e essa banda Catarinense mostra isso eu seu debut.
Riffs e mais riffs de moer o pescoço e perfeitos para o mosh pit, pratica que
deveria ser obrigatória em shows do
estilo, ainda mais com bandas legais como essa. Se você gosta do som feito na
Bay Area nos anos 80, com um toque nacional e até um pouco de humor confira
esse disco.
Armahda – S/T - 2013
Com letras que falam sobre a historia do Brasil e todos os
conflitos que nosso país já passou. O heavy/Power metal desse grupo é muito
energético. Com momentos de agressividade que chega a lembrar thrash metal, palhetadas nervosas são
constantes aqui. Vi eles abrindo para o Grave Digger em São Paulo em Março e
posso afirmar que o Armadha consegue ser melhor no palco. Uma que vai alcançar
voos altos em breve.
Arandu Arakuaa – Wdê
Nnâkrda - 2015
Indo na contramão de quem acha que folk metal se resume a
bandas que utilizam influencias celtas/europeias no som (quando na verdade, na
essência o folk é qualquer som regional do seu local de origem) temos aqui um
caso de folk cem por cento nacional. Essa banda mistura metal extremo com sons
indígenas e regionais brasileiros. Incluindo nas temáticas historias sobre
nossas raízes. Outro grande diferencial é que as musicas são cantadas em Tupi e
outros dialetos indígenas. Recomendado.
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