sexta-feira, 31 de outubro de 2014

5 filmes que mostram que o horror esta vivo, e muito bem!

Mais uma lista para o blog. E aos moldes da nossa primeira postagem aponto mais alguns filmes de horror imperdíveis para se divertir e ver que o gênero ainda tem muita lenha para queimar e sangue para derramar.
Dessa vez irei listar menos filmes, mas são todos altamente recomendáveis, assista, divirta-se e bons sustos.



1– Deixa-ela Entrar (Låt den rätte komma in, 2008 )



Vampiros sempre estiveram presentes no imaginário popular, e filmes sobre o tema podem trazer grandes obras primas ou fracassos irrecuperáveis. Por sorte esse filme sueco esta na primeira categoria, e com louvor. Mais do que um filme de horror sangrento e perturbador, é uma historia sobre a infância e fim da inocência, onde a maldição do vampirismo é vista aos olhos de criança. Mais adulto que muito vampiro brilhante por aí, um filme excelente. Existe uma refilmagem americana lançada em 2010.

2 – Terror Em Silent Hill (Silent Hill, 2006)



Adaptação de games de sucesso costumam dar dinheiro, mas ao mesmo tempo acabam gerando filmes horríveis que do produto original só tem o nome, Resident Evil que o diga. Por sorte a adaptação do que pra mim é o melhor survival horror já feito é digna de nota. Com diferenças aqui e ali em comparação ao game, o filme mesmo com isso não deixa de homenagear seu produto de origem e ainda é um ótimo filme de terror com toques certos de drama e bons efeitos. Coloque o joystick de lado, ligue a televisão e divirta-se

3 – Possuída (Ginger Snaps 2000)



Lobisomens não poderiam faltar na nossa lista, e esse ótimo filme canadense é talvez uma das melhores produções lançadas na ultima década. A trama usa um paralelo entre a chegada da vida adulta e suas mudanças, principalmente corporais, e a maldição da licantropia. Um filme extremamente sangrento e divertido, onde o lobisomem realmente mete medo e é bem produzido. Com aquele clima moderno sem cair para o terror teen bobo e  ao mesmo tempo nostálgico aos moldes de clássicos como Grito de Horror

4 – Seres Rastejantes (Slinther, 2006)



Antes de dirigir o sucesso da Marvel, Guardiões da Galáxia. O diretor James Gunn produziu dois filmes super divertidos. Super, uma homenagem adulta aos filmes de super-heroi. E Seres Rastejantes, uma sangrenta e nojenta homenagem aos filmes B de ficção de antigamente. A trama já foi vista outras vezes (alienígenas tomam conta de corpos humanos e começam uma invasão na terra), o jeito que é produzido que torna a coisa especial. Junte os amigos, pegue sua bebida favorita, tire um pouco o cérebro e divirta-se.


5  – Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos. (2009)



Pra fechar a lista, um filme nacional, e dos bons. Às vezes uma comedia com elementos de horror, as vezes um filme de horror com elementos de comedia de humor negro, Morgue Story certamente é um filme diferente dos lançados por aí. Deve ser por isso que não recebeu o a distribuição comercial que merecia e acabou ficando apenas no circuito alternativo. Mas vale a pena procurar essa obra baseada numa peça de teatro e se divertir com suas tiradas que envolvem deste a cantora Kate Bush, Uma noite Alucinante 3 e um ótimo vilão na figura do medico necrófilo. Recomendo

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O Balconista



“Só porque eles te servem, não significa que eles gostam de você”.

Você já imaginou o que passa na vida e na cabeça de quem trabalha como balconista em lojas de conveniência ou locadoras? Eles podem estar passando por um dia horrível e os clientes chatos só aparecem lá para piorar a coisa. E se a vida for como esse filme mostra, esses dias podem ser mais recorrentes do que parece.

Mas o que esperar de um filme independente de 1994, filmado em preto em branco, tom teatral, passado inteiro numa loja de conveniência, com diálogos e situações que são verdadeiras odes ao nerdismo, e vão do tocante ao bizarro? Um filme cru e sincero sobre o começo da vida adulta? Um filme sexista cheio de palavreado de baixo calão, mas, ao mesmo tempo, que nos dá uma visão fria, porém sincera e sentimental das relações humanas.  Ora, senão é uma das melhores comedias já feitas!

Dante Hicks (Brian O’Halloran) , o personagem central O Balconista, trabalha numa loja de conveniência em Leonardo, New Jersey. Deveria ser seu dia de folga, mas um colega está doente e ele tem que cobrir o expediente, o que estragou seu jogo de hockey à tarde. .Alguém colocou chiclete na fechadura da vitrina da loja, fazendo-o colar por cima um cartaz escrito que estavam abertos e ficar com  cheiro da graxa que usou para escrever o cartaz pelo resto do dia.

No mesmo dia, Dante acaba descobrindo que sua ex-namorada irá se casar com outro, outra ex faleceu e ele ainda tem sérios problemas com a atual, pois descobre que ela só dormiu com quatro caras na vida (incluindo ele), mas fez sexo oral com trinta e oito (incluindo ele). Fora isso, ele enfrenta um dia no trabalho no qual, a cada hora que passa, encontra pessoas mais bizarras, irritantes, e que criam situações surreais e cômicas, mas que parecem ser recorrentes em sua vida.

Esse dia, de extrema má sorte é o que iremos acompanhar neste engraçado filme. Onde surgem os mais diversos personagens estranhíssimos, que vem e vão, como o maluco que faz de tudo para encontrar a dúzia perfeita nas caixas de ovos, ou o vendedor de chiclete que faz um levante antitabagista.

E talvez a cereja do bolo seja Randal Graves( Jeff Anderson), o melhor amigo de Dante e que trabalha na videolocadora ao lado. O melhor personagem do filme,é uma maquina de soltar tiradas ácidas aos fregueses chatos que aparecem. Maltratando-os de forma cruel e hilária com suas atitudes e palavreado.



O filme se movimenta muito pelos diálogos dos personagens e suas consequências.  Algo meio teatral em certos momentos. Em muitas cenas, a câmera fica parada lá, apenas deixando os atores fazerem seu trabalho e os  longos diálogos ditarem o tom da ação. E esses diálogos são certamente algo que vai do tocante ao bacanal puro, misturando relacionamentos e a vida de trabalho com um segredo obscuro no filme O retorno de Jedi, e ate pornô com hermafroditas.

 Mesmo não mostrando nenhuma nudez  ou violência, e sua única (e bizarra) cena de sexo não seja exibida on-screen, o filme não tem medo de pegar pesado na linguagem e no clima quando necessário. Apesar de que é tudo tão bizarro e circunstancial que você vai acabar rindo, como rola com Napoleon Dynamite ou Superbd.

 Aliás, O Balconista é considerado um dos grandes precursores das comédias nonsense (o chamado besteirol por aqui) que ficaram mais famosas nos anos 90, mas já eram feitas há muito tempo. A diferença é que aqui, apesar das besteiras de sempre, ainda temos um pouco de inteligência e um lado sensível (sem ser piegas) envolvendo a coisa.

Alguns atores nunca tinha atuado na vida antes, e isso é meio perceptível na tela. Mas, ao mesmo tempo, todos estão tão à vontade nos papéis que tudo soa natural. Por exemplo, a relação entre Dante e Randal, parece mesmo que eles são amigos de longa data.

O Balconista é o perfeito retrato da juventude que entrou na idade adulta sem saber o que fazer, aquela geração que tem empregos e estudo, mas que realmente parece não querer ir para lugar nenhum. Se você assiste esse filme no clima e idade certa vai se sentir estranhamente familiarizado.

E como representação da juventude ávida por drogas e sexo, temos os antológicos personagens de Jay e Silent Bob, interpredados, respectivamente, por Jay Mewes e pelo próprio diretor do filme, Kevin Smith. Os personagens, dois traficantes que ficam parados na frente da loja, ficaram famosos e participaram de outros filmes do diretor, até ganhar seu filme próprio O Império do Besteirol Contra Ataca.

Ah, bom lembrar que alguns filmes do Kevin Smith se passam no mesmo “mundinho”, o chamado  Askewniverse. Por isso é normal ver personagens ou situações sendo citadas ou aparecendo em outros filmes posteriores. Não estranhe se você ver algum personagem citando uma situação desse filme em filmes posteriores como Barrados no Shopping ou Procura-se Amy.

Esse certamente é um dos meus filmes de cabeceira, um tipo de obra que eu recomendo para todos assistirem pelo menos uma vez na vida. Eu simplesmente me apaixonei pelos seus personagens e diálogos deste a primeira vez que o assisti. Considero inclusive um dos melhores filmes americanos dos anos 90 e a obra prima do diretor.

O Balconista foi o primeiro filme de verdade do diretor americano Kevin Smith, gordinho barbudo e eterno nerd. Bancado de maneira independente e gravado na loja onde ele próprio trabalhava. Foi com esse filme que ele ficou conhecido e começou uma carreira de altos e baixos. Feito numa época que o cinema independente americano estava começando a estourar e seus realizadores estavam entrando no estrelado.




Curiosidades

Mesmo com uma mensagem contra o tabaco presente no filme, como numa das primeiras cenas em que um cliente começa um verdadeiro levante contra o fumo. Kevin Smith acabou ficando viciado em cigarros depois das filmagens.

O filme é dividido em nove partes, representando os nove círculos do inferno presentes na Divina Comedia, não é a toa que o personagem principal se chama Dante

O diretor precisou vender boa parte da coleção pessoal de quadrinhos para ter grana para gravar.

Kevin Smith originalmente iria interpretar Randal, esse é um dos motivos dele ter alguma das melhores falas do filme.

O titulo original do filme seria Inconvenience, depois foi mudado para Rude Clerks, até finalmente virar o titulo pelo qual é conhecido hoje em dia.

O Balconista ganhou uma sequencia em 2006

O filme pornô que Randal assiste existe de verdade, mas é sobre bissexuais e não hermafroditas.

O filme acaba praticamente do nada, o que pode deixar algumas pessoas nervosas já que Dante não resolveu totalmente seus problemas. Mas no final original, que chegou a ser filmado, Dante seria morto por um assaltante. 

Boa parte do orçamento foi gasto para pagar as musicas usadas durante o filme.

A palavra “fuck” é dita 91 vezes durante o filme.

Infelizmente até agora o filme só foi lançado em VHS no Brasil, mas vale a pena pegar a edição em blu-ray lançada lá fora. E o melhor de tudo: tanto o filme quanto os vários e interessantes extras estão legendados em português do Brasil!



segunda-feira, 13 de outubro de 2014

4 Comedias românticas para quem não gosta de comedia romântica

Comédia romântica é um gênero que, particularmente, não gosto muito. Seus contos de fada para solteironas à beira dos quarenta nunca me atraíram, principalmente por ser um gênero que dificilmente se arrisca a criar algo novo e sair da sua formula de sucesso já pré-estabelecida.

Mas, uma hora ou outra, surge um filme que se difere dos demais, seja pela sua qualidade, seja por seu roteiro mais realista e, mesmo assim, belo, pelas referências a cultura pop em geral, que deixa o lance todo mais divertido ou, simplesmente, por ser um bom filme ao todo.

Por isso vou listar algumas comédias românticas que você, que aprecia um bom filme, pode curtir. O gênero continua não me agradando, mas sempre que procuro um bom filme para curtir um romance e dar umas risadas, assisto a esses filmes.


(500) Dias com ela ((500) Days of Summer 2009)




Talvez o mais conhecido exemplo dessa nova geração de comédias românticas que traz uma abordagem mais sincera e humana para filmes sobre relacionamentos. O filme fez sucesso entre a galera cult/cabeça mas possui uma singularidade e simplicidade palpável que faz ser agradável sua assistida por qualquer pessoa de cabeça aberta.  Joseph Gondon-Levitt e Zooey Deschanel estrelam o filme. Ele, inseguro e de coração mole. Ela, moderninha e apaixonante. Os dois carregam uma forte química juntos e há momentos que você se vê torcendo a favor ou contra o casal. E como o filme deixa parecer, sempre no final do verão você encontra o outono.


Procura-se Amy (Chasing Amy 1997)



Ben Affleck, que causou polêmica ao ser escalado para ser o próximo Batman nos cinemas, estreia e faz um papel bem competente nesse trabalho do diretor Kevin Smith, que é seu melhor filme junto com O Balconista. Ben Affleck trabalha desenhando HQ’s com amigo e parceiro de trabalho, com sérios problemas com mulheres (Jason Lee). Ele se apaixona pela bela de voz irritante interpretada por Joey Lauren Adams. O problema para conquistá-la é que ela torce pelo mesmo time que ele; isso mesmo, ele se apaixona e quer conquistar uma lésbica que está bem decidida sobre sua sexualidade. Um filme sincero sobre relacionamentos que dá uma visão singela sobre problemas que casais podem passar. Além de mostrar sem preconceitos diferentes formas de amar.


Encontros e Desencontros ( Lost in Translation, 2003)




Bill Murray é um dos melhores e mais engraçados atores da comédia. Mas é muito bom vê-lo comprometido a um trabalho mais sério dessa vez, trazendo uma nova abordagem para a sua atuação. Encontros e Desencontros é um filme amado e odiado por muitos. Dirigido por Sofia Coppola, o longa nos mostra como um lugar, ao mesmo tempo aconchegante e acolhedor, pode ser distante e estranho, mesmo quando estamos cercados de pessoas. Ninguém nunca vai saber o que Bill Murray disse no ouvido de Scarlett Johansson no final do filme, não importa, pois a viagem que fizemos juntos valeu mais que palavras ditas em segredo.

Alta Fidelidade (High Fidelity 2000)



Lojas de discos, relacionamentos fracassados, muita musica e top’s 5. Alta Fidelidade é um deleite para os amantes de boa musica e de um bom romance adulto. Rob Gordon (John Cusack) é dono de uma loja de discos onde trabalham dois sujeitos bem peculiares: o introvertido Dick (Todd Louiso) e o espalhafatoso Barry ( Jack Black). No meio de referências a músicas, cultura pop e dos clientes que passam pela loja, Rob encontra tempo para recortar seus antigos amores e tentar descobrir o que deu errado na sua vida, tudo isso graças à atual namorada que foi mais uma da lista das mulheres que o largaram. Um dos melhores momentos é o dialogo que John Cusack tem entre o público, quebrando totalmente a quarta parede. Um filme que colecionadores costumam ter entre seus favoritos, um posto merecido.



quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mangue Negro




Desde que George Romero trouxe de volta à vida seus mortos e deu uma nova roupagem para eles no seu clássico A Noite dos Mortos Vivos, o mundo se viu invadido por uma grande leva de filmes, bons e ruins, que nunca foram tão famosos como hoje em dia. Prova disso é a popularidade crescente entre o publico, principalmente o jovem, que está disposto a consumir qualquer coisa que tenha zumbis no meio. Popularidade nunca foi sinônimo de qualidade, isso é fato. Mas é fato também que zumbis são uma das coisas mais legais que surgiram no cinema desde que o ser humano o inventou. Por isso, eu sempre me divirto assistindo e reassistindo clássicos do gênero.

Podemos dizer que esse é e sempre foi um fenômeno internacional, já que existem fãs em todas as partes do mundo e são realizadas produções em todas as partes do mundo também. Um exemplo disso é o filme que me levou a ser fã do gênero: uma produção italiana, o grande clássico Zombie  do mestre Lucio Fulci. Depois que vi aquele filme, descobri o que era um gore bem feito e entrei de cabeça nesse universo.

E aqui no Brasil também é algo popular, e também se faz filmes do gênero. O primeiro foi Zombio, de 1999, dirigido por Petter Baiestorf, que ganhou uma sequência recentemente. Outros exemplos são A capital dos Mortos, Porto dos Mortos e Desalmados, entre outros.

Mas o filme que será analisado agora é Mangue Negro, lançado em 2008 e dirigido por Rodrigo Aragão.

Já é um fato conhecido por todos que o capixaba Rodrigo Aragão virou o novo grande nome do undeground cinematográfico nacional com seus longas já lançados em vídeo e festivais nacionais e internacionais, como Mangue Negro, A Noite do Chupa-Cabras e Mar Negro. Hoje ele é sinônimo de qualidade para quem busca um bom filme de terror nacional.

Feito alguns curtas durante um tempo, o primeiro longa de Aragão foi o feroz ataque dos zumbis em Mangue Negro, que apesar de não ser o primeiro exemplo nacional sobre os monstros criados por George A. Romero, talvez seja hoje em dia, o mais famoso. Reconhecimento merecido, diga-se de passagem, já que não é apenas um filme nacional de zumbis, é um bom filme nacional de zumbis.

Com todo aquele clima e violência dos bons filmes de terror dos anos 70 e 80. Mangue Negro é uma boa pedida para quem está cansado de produções pífias ou nunca se aventurou pelo cinema de gênero no Brasil. Pode parecer estranho ver um filme de zumbis feito em nossas terras, mas acredite, o cinema nacional é muito mais que filmes de nordeste ou favela.

O filme é a clássica historia do ataque de zumbis a um grupo de azarados que tem que se virar para sobreviver num lugar cada vez mais claustrofóbico e hostil.  No caso aqui, um mangue, lugar de extrema dificuldade para filmar que é explorado de forma muito eficiente pela produção. As cenas dos zumbis putrefatos caminhando lentamente pela mata escura são de arrepiar pelo seu clima de tensão e medo. Ver zumbis caminhando por ruas de grandes cidades é legal, mas vê-los caminhando em um local afastado e desolado como esse é de causar mais pavor ainda.

A fórmula básica de um filme de horror, que mesmo sendo repetida aqui, é feita de forma que nos sentimos familiarizados com o filme e, ao mesmo tempo, surpresos pela sua qualidade. Pois mesmo vendo centenas de filmes de gênero, não é sempre que podemos ver a velha fórmula sendo realizada num ambiente cem por cento nacional.

Podemos ver isso também nos personagens, sejam eles os secundários ou principais, que são carismáticos e representam bem várias facetas do povão brasileiro. São gente como a gente mesmo, algo não típico no cinema de horror normal.

O mocinho da nossa obra é o tímido Luis, interpretado por Walderrama dos Santos; ele é apaixonado por Raquel, interpredada por Kika de Oliveira. O problema é que sempre que ele tenta se declarar algo acontece que o impede. Seja por um habitante mala do mangue, ou o ataque de um feroz zumbi.

A falta de jeito do nosso herói para se declarar para a mocinha pode deixar muitas pessoas nervosas; eu mesmo ficava puto cada vez em que ele estava prestes a falar o que sente e algo atrapalhava. Mas ao mesmo tempo, acompanhamos como ele torna-se o herói do local e vira um exímio matador de zumbis com sua machadinha.

Eu sempre gostei do personagem “loser” se tornando o herói; em outras palavras, quando o fracassado local torna-se o único que pode combater e sobreviver uma ameaça terrível. Impossível não compará-lo ao personagem Ash, de Evil Dead, interpretado por Bruce Campbell, afinal, os dois são a pessoa que você jura que morreria primeiro, mas acabam se tornando os grandes heróis dos filmes.

O interessante do herói desse filme é que, mesmo que ele se torne um exímio matador de zumbis, ainda podemos ver seu lado humano, sua coragem de enfrentar os monstros e perigos que aparecem no mangue, mas, ao mesmo tempo, com medo de perder a mulher que ama. E eu adoro ver isso, um personagem que mesmo enfrentando terríveis monstros, ainda é uma pessoa normal, que sente medo, dor, não tem jeito com as mulheres. Ou seja, o típico cara que você acaba adorando ao final do filme.

E destaque também para o melhor personagem do longa: Agenor dos Santos, interpretado de forma carismática por Markus Konká; ele que introduz o filme, e sua presença e carisma são algo muito bom de se ver na tela. Todas as partes em que ele está em cena, podemos ver é um bom ator e que merece mais espaço nas produções nacionais.

A violência gráfica, o chamado gore, é algo lindo de se ver. Quem é fã de ver um bom sangue cenográfico saindo a litros vai ficar feliz. Rodrigo Aragão, além de dirigir, fez a maquiagem e efeitos do filme, dominando as técnicas com maestria. Como fã de coisas feitas estilo old-school, digo que é muito melhor ver efeitos práticos feitos na mão, ou seja, feitos na raça. Algo que deixa a violência muito mais realista e “bonita” de se ver do que colocando toneladas de CGI.

A direção é ágil e dinâmica. Sabendo quando e onde mover a câmera, deixando as cenas de terror e ação muito bem feitas. Mas também sabe a hora que precisa respirar e retomar fôlego, com momentos mais climáticos, mas sem perder o pique. Acredite, quando o clima começa a esquentar, pode ter certeza que verá cenas de puro terror misturadas com uma ação sem exageros, algo muito bem feito.

Por último, vou falar que o trabalho que fizeram no DVD é algo maravilhoso; além de inúmeros extras, a embalagem vem com uma bonita luva, encarte e cards do filme. Agora me pergunto se uma produção nacional independente tem um acabamento profissional do jeito que colecionadores como eu procuram, o que fazem as grandes distribuidoras que nos lançam edições cada vez mais vagabundas?


Isso é tudo por hoje, o que tenho para dizer é: vá e assista! Seja pela curiosidade de ver um filme nacional de terror (um tabu para muita gente hoje em dia), ou ainda fãs de zumbis que vão descobrir que o Brasil pode dar o melhor do gênero.