O heavy metal em países não americanos ou europeus já não é
tão difícil assim de se conhecer como antes. Graças à internet, uma infinidade
de bandas ao redor do mundo ficou facilmente acessível para vários headbangers
sedentos por novos sons.
Porém, para algumas pessoas, ainda é estranho a idéia de
metal feito por culturas tão distantes da sua. Alias, a idéia de qualquer mídia
de entretenimento feito por um povo muito diferente do seu ainda é um tabu.
Duvida? Só ver o monte de pessoas que não consegue ver filmes estrangeiros que
não seja as grandes produções de Hollywood.
Felizmente já existe uma parcela considerável de amantes de
bons sons que sabem que a boa musica não possui nacionalidade, raça, sexo ou
credo. Basta estar aberto a ouvir.
O lugar que eu gostaria de apontar no começo desse texto é o
Japão. Isso mesmo, a terra do Godzilla e do Jaspion. Lugar que parece tão
distante da gente, mas que possui uma paixão por heavy metal tão forte quanto a
nossa.
Não se enganem em pensar que lá só tem bandas do tão
extravagante estilo visual key, grupos que se resumem a fazer aberturas de
animes ou o tão amado por uns e odiado por outros, Baby Metal, aquele grupo das
três meninas que cantam toda fofas por cima de um instrumental porrada e muito
bem feito, o chamado “kawaii metal” (mais um subgênero pra coleção).
Deste o mais extremo
Black metal, ao mais farofa hard rock, eles possuem uma cena riquíssima e
pessoas realmente loucas. Não se engane com o jeito pacifico e quieto dos
japoneses, em shows lá o bicho pega como em qualquer lugar do mundo. Duvida?
Pergunte para o Pedro Poney, vocalista e baixista da banda de thrash metal de
Brasilia Violator, que me disse isso numa conversa informal comigo antes de
subir no palco, uma vez que tocaram numa cidade próxima a minha.
Exemplos de grupos a serem ouvidos? Maximum the Hormone, Bow
Wow, Sly, Ezo, Sabbat, Church of Misery e tantas outras.
Porém gostaria de falar mais exatamente da minha favorita, a
clássica Loudness, e daquele que pra mim é seu melhor registro. Estou falando
de Thunder in the East.
Antes, vamos falar um pouco da banda.
O Loudness surgiu no inicio da década de oitenta e é
considerado o maior nome da cena de heavy metal do Japão. A formação que se
consolidou e esta presente nesse álbum é Minoru Nihara (vocal), Akira Takasaki
(guitarra), Masayoshi Yamashita (baixo) e Munetaka Higushi (bateria, falecido
em 2008)
A banda vinha de álbuns mais sombrios, mas consistentes,
como The Birthday Eve e The Law of Devil’s Land, onde foram criando certo nome
no undeground do Japão e pelo mundo através das trocas de tapes.
Porém foi com Thunder
In The East, sua esteira na gravadora Atlantic, que eles de fato estouraram e
foram colocados no panteão dos grandes dos anos oitenta . Era o loudness e o
oriente entrando com um golpe de karate na porta dos grandes nomes do heavy
metal.
A química da banda estava perfeita, com cada um
desempenhando muito bem o seu papel. Com destaque é claro para o grande
guitarrista Akira Takasaki, um grande e criativo musico que não tem o
reconhecimento que merece.
O fato de buscarem
uma sonoridade mais acessível e cativante, impulsionada por musicas marcantes e
ajudados pela produção de Max Norman, foi um lance determinante para o sucesso
e aceitação pelo mundo. Isso é perfeitamente exemplificado na faixa que abre o
disco e é sem duvidas o maior hit da banda.
Estou falando de Crazy Nights. Com seu riff característico,
levada empolgante e linhas vocais para cantar junto (e aquele inglês com
sotaque). É daquelas musicas que eu
colocaria facilmente numa coletânea de grandes hinos do heavy metal de qualquer
época e qualquer lugar do mundo. Clássico.
Mas Thunder in The East não se resume a apenas ela. Like
Hell é tão boa quanto, e segue o ritmo muito bem. Temos as aceleradas Get Awat e Clockwork Toy com seu solo animal. Sem
contar com We Could Be Together e Run For You Life. Uma faixa boa atrás da
outra, que nunca deixa o pique cair.
Resumindo, é um clássico que você certamente precisa ouvir e
ter na sua coleção. Escute hoje mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário