sexta-feira, 8 de junho de 2018

Bianca, a rockeira do Brasil





Dizem que o rock está ligado a eterna juventude, afinal, ele nasceu como uma música dos jovens que finalmente não precisavam escutar o que seus pais escutavam.  

A rebeldia contra tudo e a todos, por vezes ingênua e sem uma verdadeira razão de existir, mas que nós fazíamos ter um proposito na vida, ou pelo menos pensar que tínhamos. A juventude sempre energética e disposta a sair pelo mundo, mesmo sem um trocado no bolso. A sensação de ouvir um disco de rock e se lembrar dos seus anos passados pode nos fazer lembrar de tempos que apenas pensávamos ter problemas e não os vivíamos realmente.

A descoberta do primeiro emprego, do primeiro amor, do primeiro porre, do primeiro tudo.

Se pode ser ruim ter uma mentalidade juvenil a vida toda. Ter energia e disposição de um jovem, junto com a experiencia e maturidade de um adulto pode ser bom. E nada melhor para trazer de volta esse espirito que um bom disco de rock.

Não é preciso ter sido adolescente nos anos 50 para simpatizar com Jam Dean em Rebelde Sem Causa. Assim, não é preciso ter sido jovem no começo dos anos 80 para sentir a juventude do começo dos anos 80 no Brasil ao ouvir esse disco da cantora Bianca.



Se Rita Lee tinha aberto as portas para as cantoras de rock do Brasil com os Mutantes e logo após numa bem sucedida carreira solo com inúmeros hits. Talvez tinha sido Bianca a primeira adolescente rockeira rebelde do Brasil surgida na virada dos anos 70 para 80.

Bianca é o nome artístico de Cleide Domingues Franco, mineira de Ituituba. Começou a carreira cedo como crooner de uma banda em sua cidade natal.

Foi numa dessas apresentações, cantando com uma guitarra, que aquela adolescente chamou atenção do cantor e compósito Cléo Galanto. Bancou sua ida para São Paulo a apresentando para os investidores da gravadora RGE.




Seu nome artístico venho do produtor Reinaldo B. Brito, inspirado na mulher de Mick Jagger, Bianca. Tendo em vista que Cleide não tinha muito apelo comercial e nem parecia nome de artista.   E com o visual inspirado na musa do cinema francês, Maria Schneider, atriz de Ultimo Tango em Paris.
Guitarra em mão, uma boa voz e muita vontade de fazer sucesso, estava pronta a “rockeira do Brasil”, como foi conhecida nos primeiros anos.

E foi com o compacto simples lançado no final de 1979 que tudo começou. Trazendo as músicas Os tempos Mudaram e Vou Pra Casa Rever Os Meus Pais, que se tornaram marca da cantora.

Em maio de 1980 saiu o primeiro álbum completo. Autointitulado e trazendo na capa a cantora com sua cabeleira e uma guitarra cheia de estilo. Bianca desfila energia em versões que captavam todo o talento da jovem que logo conquistaria a crítica e público, principalmente o jovem. Afinal, era uma jovem cantando eles, nada mais apropriado e sincero.




É só ouvir músicas como Sou Livre, Somos Amigos, Comentário a Respeito de John e Tempos Difíceis, além do Medley presente no final do disco com as duas musicas do compacto que levaram ela ao estrelado para entender porque ela chamou atenção na época, tocando em programas como Clube do Bolinha, Chacrinha e Silvio Santos.

Infelizmente depois de um tempo, Bianca ficou esquecida e sumiu do mapa. Inclusive rolando boatos de um suposto suicido ou morte por overdose. Mas por sorte ela aparamente passa bem e vive hoje longe do meio artístico.

Não sei como está a disponibilidade de encontrar o vinil em sebos físicos ou virtuais, mas seu cd foi relançado pelo selo discobertas e pode ser encontrado facilmente por um preço justo.

Unindo rebeldia, romantismo, energia e uma dose certa de ingenuidade e descoberta. Ouvir esse álbum diverte e vai trazer de volta a juventude em você, não importa sua idade.





Nenhum comentário:

Postar um comentário